DEGEO

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8 de ago. de 2011

A GESTÃO DAS REDES SOCIAIS


DIONIZIA DE MELO*
JOSÉ TIBERIO DA SILVA*


Introdução

        
A modernidade, traduzida em seus conceitos principais de universalidade, individualidade e autonomia trouxe uma série de conseqüências para a humanidade, principalmente e sua forma de se organizar em sociedade. Segundo o dicionário Aurélio: universalidade “a quem se atribuiu totalmente direitos ou deveres”, individualidade ‘‘caráter especial ou particularidade que distingue uma pessoa ou coisa”, autonomiadireito ou faculdade que tem uma nação de se reger por leis próprias”.
As formas de produção feudais, baseadas na terra como bem suprema, ou seja, a terra estava acima de tudo para o homem, onde ele era apenas o guardião transitório de algo que pertencia a um ser superior, cedeu lugar à reprodução do capital, instituída pelo sistema capitalista. Onde a modernidade encontrou no capitalismo seu principal motor propulsor e, ao mesmo tempo, seu maior perturbador da suposta ordem: “ podemos pensar a modernidade como um tempo em que se reflete a ordem – a ordem do mundo, do habitat  humano, do eu humano e da conexão entre os três” ( BAUMAN,1999, p.12).


Objetivo
        
Nosso objetivo aqui é tratar que as redes sociais surgem pelo instinto de sobrevivência humana, a sociedade articulada para procurar novos mecanismos de solução dos problemas urbanos e garantir assim, um nível mínimo de qualidade de vida para seus integrantes.


Desenvolvimento

Dentro do tema de gestão de redes sociais, podemos dividir basicamente as redes sociais existentes em dois grupos: o primeiro se refere àquelas ainda amadoras e com gerenciamento precário; o segundo grupo trata das redes mais estruturadas e com sistemas e métodos gerenciais originário das organizações e instituições privadas. Esta diferença entre os dois tipos de gestão, destes dois grupos traz uma conseqüência grave no acesso aos recursos financeiros humanos, básicos e indispensáveis à existência da rede social e ao alcance dos seus objetivos. Pode-se perceber, pelas diversas definições de rede social.
A lógica perversa do ciclo vicioso da falta de recursos humanos capacitados que fornecem um gerenciamento adequado e por, conseqüência não permite o acesso aos recursos financeiros que,por final,levam á insuficiência de resultados é bem conhecido pelo mercado,principalmente em varias micro e pequenas empresas.Nas redes sociais,pela replicação do modelo empresarial,observa-se o mesmo fenômeno com o agravante de que as redes consideradas “amadoras” são justamente as que possuem maior penetração local,ou seja,maior impacto social na comunidade.
Formam-se,dessa forma,uma espécie de elite das redes sociais,excluindo do processo exatamente as demais redes que mais necessitariam de apoio.  
Existem diversos conceitos sobre redes. De acordo com Capra (1996), rede é vida. Para outros autores, as redes são um conjunto de relações interpessoais voltadas para um objetivo comum (Lopes e Moraes,2000). Whitaker (1993, p. 41) classifica redes como um sistema de nós e elos, capaz de organizar pessoas e instituições, de forma igualitária e democrática, em torno de um objetivo comum. Para Castells (1999, p.499), rede é um conjunto de nós (organizações, departamentos, pessoas) interconectados. São estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós, desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmo códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho).
Pode-se perceber, pelas diversas definições de rede social, alguns elementos em comum:objetivo compartilhado,identidade,autonomia,horizontalidade (organização não hierárquica),descentralizarão,flexibilidade.Para que esses elementos sejam mantidos na necessária a gestão da rede social.
Podemos dividir as redes sociais existentes e no que se referi aos modelos de gestão utilizados, em duas categorias. A primeira engloba as redes sociais formadas por pessoas/instituições ainda em um nível precário ou primário de estruturação. Nascem, em geral, de uma necessidade específica para a solução de um problema (ou alguns problemas) de alto impacto social em parte dos participantes da rede. Por exemplo, a Instituição Beneficente Ação Univida desenvolve um trabalho de responsabilidade social, para a promoção da qualidade de vida dos portadores do vírus HIV, oferecendo reabilitação e capacitação para autossustentação sem dependência de outros. Fundada em 1998, a Ação Univida localiza-se na zona leste da cidade de São Paulo e, apesar do trabalho realizado já atender mais de 100 crianças na faixa etária entre 3 e 14 anos, muitas de suas atividades como captação de recursos e relacionamento com o governo, ainda são bastante amadoras.
A segunda categoria refere-se à redes sociais geralmente maiores, com melhor articulação entre os vários participantes, como governo, organizações privadas e organismos internacionais. Na maioria das vezes, utilizam modelos de gestão já consagrados em empresas com fins lucrativos, tendo objetivos bem definidos e mensuráveis. Como exemplo, temos as redes de relacionamentos, Orkut, rede social filiada ao Google, criada em 24 de Janeiro de 2004 com o objetivo de ajudar seus membros a criar novas amizades e manter relacionamentos; Facebook, website de relacionamento social lançado em 4 de fevereiro de 2004. Twitter, rede social e servidor para microblogging que permite aos usuários que enviem e leiam atualizações pessoais de outros contatos. Podemos também citar o exemplo da REBEA (Rede Brasileira de Educação Ambiental), uma das redes sociais mais antigas do país que congrega ONGs (Organizações Não Governamentais), universidades, comunidades e órgãos governamentais para as questão do meio ambiente.
                  

Considerações finais


Com base no que foi pesquisado, concluimos que as redes sociais, são divididas em dois modelos de gestão. A primeira com gerenciamento mais precário,aquelas redes mais amadoras que tem um impacto social na comunidade a nível local, onde, acabam sendo excluidas do processo do sistema capitalista, pois estão em desvantagens das redes sociais com sistemas e metodos estruturados, com um modelo de gestão originário das grandes empresas, onde as redes são usadas como ferramentas das multinacionais para comercializar seu produtos, e estimular o consumismo, gerando assim o lucro.
As discussões e situações apresentadas anteriormente levam a um melhor entendimento da gestão atual das redes sociais. De acordo com Falconer (1999), existem quatro principais necessidades de desenvolvimento de modelos de gestão, a saber: seria a necessidade de transparência; sustentabilidade, segundo Falconer  (1999, p. 18) , este termo significa a capacidade de captar recursos – financeiros, materiais e humanos – de maneira suficiente e contínua, e utilizá - los  com competência a fim da perpetuar a rede e permití – la alcançar os seus objetivos; qualidade dos serviços: o caráter assistencial existente nos objetivos de diversas redes sociais, muitas vezes inibe a preoucupação com o serviço prestado; capacidade de articulação: alianças, parcerias, redes de redes são cada vez mais comuns nos dias atuais.
É tomando por base este quatro aspectos que as ciências sociais, universidades, centros de pesquisa entre outros, devem utilizar como guia para o desenvolvimento de novas formas e alternativas de gestão.

Referências



BAUMAN, Z. (1999). Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
CAPRA, F. (1996). A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas
vivos. São Paulo, Cultrix.
CASTELLS, M. (1999). A Sociedade em Rede. A era da informação: economia,
sociedade e cultura. São Paulo, Paz e Terra.
LOPES, H. E. e MORAES, L. F. R. (2000). Redes e organizações: algumas questões
conceituais e analíticas. 1º Encontro Nacional de Estudos Organizacionais,
ENEO, Curitiba.
WHITAKER, F. (1993). Rede: uma estrutura alternativa de organização. Revista
Mutações Sociais. Rio de Janeiro, Cedac.
WINKIPÉDIA- A enciclopédia livre, Rede Social Virtual.
Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social_virtual. Acessado em: 21 Jlh.2011.

Graduandos do Curso de Geografia do IV – Semestre
Disciplina – Geografia da População
Professor – João Ludgero Sobreira Neto

2 comentários:

  1. O segundo parágrafo da Introdução apresenta falta de concordância na seguinte frase: “As formas de produção feudais, baseadas na terra como bem suprema (...)”. A palavra “suprema” não deve concordar em gênero com a palavra “terra” e sim com a palavra “bem”.
    Também foi constatado que ao longo do texto faltaram espaços entre palavras e suas vírgulas como nos devidos locais: Desenvolvimento, 1º, 2º, 3º e 5º parágrafos.
    No 1º parágrafo das Considerações Finais houve uso indevido de vírgula no seguinte caso: “Com base no que foi pesquisado, concluimos que as redes sociais, são divididas em dois modelos de gestão. (...)”. Na segunda frase do trecho a palavra “social” não necessita ser separada por virgula do restante da oração, pois a porção posterior do texto ainda faz parte do mesmo período que a palavra “social”.
    Ainda nas considerações Finais, o penúltimo parágrafo apresenta dois casos de equívoco no uso do símbolo ( - ). As palavras “utilizá – los” e “permití – la”, nesse caso, foram separadas por travessão ao invés de hifem, ou seja, após a radical das palavras e após os símbolos foram introduzidos espaços, o que nessas condições torna-se inadequado.
    Parabenizo os autores pela escolha do tema e o desenvolvimento da problemática por estar relacionado a fatos do cotidiano de alienação dos jovens a redes sociais.

    DIAS, Gutemberg Vidal

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